Quando criança o mistério me fascinava, eu procurava fantasmas: Percorri muitas grutas e ruínas e vastas florestas, perseguindo, temorosa, a esperança de encontra mortos. Fui uma criança solitária, que vivia em um mundo de sonhos, mas era apaixonada pela vida.
Amei a mãe de maneira avassaladora da mesma maneira que amei o sol. Detestei a chuva de maneira, abruptal, talvez porque em meu intimo soubesse que um dia algo seria me tirado, mas não sei se era isto, talvez nunca saiba.
À medida que cresci descobri a música e o teatro muito raro, mas importante para mim, com tempo veio os livros e o futebol, talvez deles descobri o amor, que de certa forma seria meu algoz.
Naquela manhã encontrava-me sozinha o sol me era a única companhia naquela que viria ser a mais sombria das manhãs. Durante alguns segundos aquelas palavras extasiaram minha mente que vinha daqueles lábios pressionados da minha madrinha como um toral em meu peito.
As lágrimas por sua vez não chegaram, mas podia se ver naqueles olhos de criança que possuía a súplica. Os meus olhos fechados e aquele nó na garganta comprimiam a dor. . .
Acredito veemente que a vida é um mistério, por isso não perca seu tempo tentando entender-me. Não permaneço a mesma, a sonhadora agora é aventureira. Comediante da sua própria história, em peça de teatro inacabada. Mais uma teimosa manhã, insistindo em trazer luz, sem me pedir licença. Quantas já foram? Não sei, apenas continuo existindo na esperança de reencontrar-te novamente noite e dia. Eu por minha vez não sigo sem importar-me com essa espécie horrenda que somos e talvez eu esteja errada, me distanciando ou talvez eu esteja bem perto de todos, bem mais perto do que possa imaginar...
"Ensino que a vida jamais deveria ser modificada ou esmagada devido à promessa de outro tipo de vida futura. O imortal é esta vida, este momento."
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