terça-feira, 23 de novembro de 2010

Houve um tempo em que eu gostava de cultivar as flores, eram enormes e cresciam perto da base de casa. Eram vermelhas, ouro e cobre, adornando o verde vivo dos arbustos. Encantavam-me, assim como o odor e a suave fragrância. Aquilo não era indolência, mas paz, coisa de que eu sentia muita falta. Tentava afastar a melancolia que em seus olhos eram translúcidas. Anos eu fazia naquela tarde encalorada, mas não mais podia sentir o perfume das rosas no jardim ao qual hoje não existia mais. Estas sensações foram por segundos. Vi e ouvi por instantes, sem definir quem fosse talvez pessoas ao meu lado, mas como se estava completamente sozinha. Senti como se segurassem minhas mãos, como também senti mãos sobre minha cabeça. Uma voz adocicada mandava-me adormecer novamente. Dormi realmente. As lembranças acabaram como por encanto. O fato é que tem que haver um motivo para o corpo morrer, quando é vencido o prazo de o espírito ficar encarnado. Olhei para todos os lados tentava aceitar que ela tivesse partido, mas meu coração negava todas às vezes.

— Mãe ainda espera o dia em que posso ver novamente aquele doce sorriso e seus olhos que fascinavam minha imaginação quando criança.